26 março 2006

Vamos lá contar garfos…


Então no próximo sábado, 01 de Abril de 2006, dar-se-á pela primeira vez, na nossa zona, o encontro para repasto e amena cavaqueira entre bloggistas corajosos e/ou disponíveis.

Para que fique escrito em letras graníticas, estes magníficos manjares vão ser repetidos, com a diferença que depois de sábado terão que nos pedir muito para revelar onde e como podem entrar no próximo, vai ser como uma espécie de secreta do Zé Sócrates para fora dos olhos do ciberespaço com línguas viperinas bater e debater o que sabemos e o que pensamos que sabíamos…

Vejamos quem já se chegou á frente:

GreenSky
TSFM
Terreiro
Zel
North
JL
Azurara
Fornense
Peixinha_porto (só vi agora, obrigado JL )
M e Spartakus, chãs de Tavares é na saída a seguir á de Mangualde vindo na IP5 na direcção Viseu ->Guarda

21 março 2006

O Jogo do "Parrolo"


Já sei que vou ter um amigo de 37 anos, especialista em demopsicologia á 45 anos que me vai cair em cima, mas pronto cá vai.
O jogo do “parrolo” só deve existir na minha aldeia, Guimarães de Tavares, é muito parecido com o jogo da malha mas em vez das chapas de ferro utilizam-se bolas de madeira.
Quem fazia boas bolas era o “tí Mudo que Deus-Tem”, bem redondas e nem muito pesadas nem demasiado leves. A melhor madeira para fazer bolas de “Parrolo” é a da figueira, mas não pode estar verde se não racha.
Quanto ás regras, jogam duas equipas, de dois ou três elementos cada, que colocam os “parrolos” (dois pau eguais aos do jogo da malha de 50/60 cms) á distancia que entenderem.
De cada vez que se consegue deitar abaixo o “parrolo” com a bola somam-se dois pontos, a bola que ficar mais próxima do pau soma um ponto, há quem “chinque” o “parrolo” e deixe a bola no x onde este se coloca – deixou a bola na cama, a outra equipa só pode tentar deitar abaixo o pau e deixar a bola também na cama, porque os três pontos já cantam do outro lado. Aos dez pontos a equipa que está a perder pode mudar um dos “parrolo” para onde lhe apetecer.
Quem chegar primeiro aos vinte pontos tem direito a uma rodada de borla.

17 março 2006

Os direitos do autor



Esta história passou-se mesmo e se houver ficção parecida com este trecho de realidade é mera coincidência.
O dia despertava e como que maquinalmente as almas abandonavam os corpos e obrigavam-nos a deslocar-se para os empregos.
Num canto da esplanada, com umas peúgas brancas a espreitar entre os sapatos e as calças zangadas com estes, um homem, dos seus quarenta anos, observava com ar de felino, o carro dos cachorros quentes, estacionado junto á calçada. Quem passava nem reparava em tal personagem mas ele era mesmo isso discreto e eficaz.
Para que conste todos o chamam Ramalho mas o seu nome verdadeiro é António Bernardo da Silva Ramos.

José Bonifácio nunca lhe puxou para estudar, agora com trinta e cinco anos, como diz o povo, torce a orelha mas já não deita sangue. Vá lá herdou do tio afastado aquele carrinho de cachorros com o qual se sustenta.
Ás 10h46 em ponto ligou o rádio a pilhas que trazia pendurado no carro dos cachorros quentes, com uns atacadores já gastos. Como que impulsionado por uma mola invisível Ramos saltou do seu canto na direcção de Bonifácio.
- Bons dias! Senhor vendedor – com um gesto suave apresentou a sua identificação de fiscal da SPA – Pode amostrar-me a licencita que lhe aufere o direito de passar música em publico.
- Desculpe mas não entendi? – Respondeu o Bonifácio enquanto corava como um tomate - A licença de vendas está aqui na carteira, essa que disse desconheço.
- O senhor não sabe que para passar música em publico tem que pagar?
- Desconheço, mas se é por isso desligo já a telefonia. – Estica a mão e desliga o rádio.
- Pois, mas agora já é tarde, vai ter que levar com a bucha, desta vez vai pagar 250€ e da próxima é a dobrar.
- Direitos de autor o c… - saca de uma beretta que tinha escondida na bota, Ramalho ao ver o cano da arma tão próximo do nariz, saltou para traz e correu como um autentico Carlos Lopes paro o mais longe que as pernas lhe permitiram.
Ainda esbaforido deu consigo no meio de um campo verde, ao longe ouviu alguem a assobiar uma musica que lhe pareceu conhecida, claro é do Marco Paulo - pensou - Só telefonei para dizer, naa naaa naaa, é mais ou menos isso .
Rastejou ao longo da ribeira e de um salto apareceu á frente de um pastor que apascentava as suas ovelhas - Ó homem, você pregou-me cá um susto que me ia deixando gago.
- Pois é, pois é – foi-se limpando e ao mesmo tempo dizia – o meu amigo tem consigo a licença passada pela Sociedade Portuguesa de Autores para poder trautear essas músicas do grande Marco Paulo? – Ficou a aguardar uma resposta, como o pastor estava boquiaberto continuou – fica o meu amigo a saber que para animar o seu gado com música que o senhor não escreveu tem que pagar os direitos a quem teve o trabalho…
- Espere lá! Estava aqui a pensar mas olhe que as modas que o João Simão canta são quase todas covers e esta até é daquele moço que é cego…o Stevie Wonder.
- É Esteves Ondas e faz couves faz! Não apresente o papel que eu mostro-lhe já como elas mordem...
- Ainda bem que o refere, mas por obsequio quer ir embora ou atiço-lhe os cães?
- Chamou-me o quê? Obsequio? Isso é o senhor e a sua família.
- Nietzsche ataca! – Gritou para um enorme cão da serra.
Ó pernas para que vos quero… ainda hoje se procura este fiscal da SPA e dão-se alvíssaras a quem souber do seu paradeiro, é que ainda há comissões para ele receber.

15 março 2006

A NAIFA - 3 MINUTOS ANTES DE A MARÉ ENCHER


Porque o North focou estes moços aqui fica um pouco do novo trabalho da NAIFA que tem o titulo de um livro de Valter Hugo Mãe. O álbum é a continuidade Canções Subterrâneas, uma sonoridade de faduncho associada ás novas tecnologias.
O projecto da banda caminha no fio da naifa (em inglês knife) arrastando-nos os ouvidos para as tabernas do fado vadio e deixando-nos cair na cave da música electrónica.
Os copos de vinho da tasca são agora vodka e "gim vomito" mas a musica permanece lá, basta que nos deixemos arrastar pela maré e descobrimos um disco profundo e com grande qualidade, quem se esforçar por ficar á superfície, dá umas braçadas para a margem e com uma navalhada separa o fado do electro, deixando afogar o disco como uma aberração da natureza, que deu uma mistura impossível de entrar em ouvidos filtrados pelo intelecto superior mas congelado a novas incursões.
Só vejo uma solução para se gostar, deixar a maré encher as colunas da aparelhagem e afogar-se lentamente no som...

(em vez de som sempre podemos tapar os ouvidos com gim introduzido per os – “o grupo de controlo”)

09 março 2006

Gotan Project - O tango ainda tem novidades

Estive a ouvir com agrado o novo álbum dos Gotan Project que está preste a sair para a rua. Os rapazes que se inspiraram no tango para criar uma musica forte, disciplinada, aliada aos ritmos electrónicos da dança moderna não deixaram os créditos de revolucionários da musica moderna em mãos alheias e a espera, para mim, valei a pena, pois este novo trabalho também está com muita qualidade e bom gosto.
O novo álbum chama-se “lunático” e mantêm a alma do tango argentino associada ao som que electrizou muita gente desde que começou a despertar em 2001.

O grupo é constituído pelos mesmos elementos de nacionalidades diferentes, podemos mesmo chamar-lhes uma “multinacionalidade”:

Philippe Cohen-Solal, francês e dedicado ao house music.
Christoph H. Mueller, suíço e mestre das electrónicas sofisticadas
Eduardo Makaroff, argentino, guitarrista a viver cá pela Europa á cerca de 10 anos.
A mistura destes senhores deu um som novo chamada por muitos como cibertango.

Deixo uma amostra do novo álbum para irem escutando

E não se esqueçam da jantarada no dia 01 de Abril

02 março 2006

Já que ninguém se chega á frente avancei eu


Uma vez que Mangualde já tem muita gente ligada através da Bloggosfera, resolvi lançar mais um desafio comestível, para conhecermos as caras por trás dos secret names e trocar algumas impressões também ao nível da oratória.

Dia 01 de Abril, não é mentira é Sábado, pelas 19h00, mais coisa menos coisa, uma grande jantarada no restaurante Bom Sucesso – Chãs de Tavares.
A sugestão para a ementa é Rojões com umas batatas aferventadas acompanhadas de uns belos trêplos ou grelos, e enchidos regionais. De entradas umas petisqueiras e um bom tinto (o tinto entra e continua até á saída) e de saída um karaoke e um caldo verde (em honra a o GreenSky).

Estão todos convidados, para que se possam deliciar com este belo manjar basta desembolsar a módica quantia de 7€ (no dia) e deixar aqui o nome.
O nome é devolvido com o papo cheio a nota não.
Vá cheguem-se á frente...
Está toda a gente convidada, quer sejam do SUL quer sejam do NORTE!