30 junho 2007

Encontro dos Antigos Alunos do Seminário de Gouveia



Tive o prazer de ir ao encontro dos antigos alunos do Seminário de Gouveia. Aquela casa branca de arquitectura moderna traz-me boas recordações, outras menos boas, mas hoje foi dia de festa só posso vasculhar na memória das coisas positivas (ainda que eu não seja positivista).
Da rapaziada do meu ano e, com grande pena minha, só aparecemos quatro (o Quim Zé, o Zé Luis, o Carlos Abrantes, o Abreu e o “Je”). Eu que devo ser o gajo que levou com mais castigos para lavar a loiça e outras coisas que actualmente os defensores dos direitos das crianças nem podiam imaginar que existiam (e cresci e deitei corpo) lá fui, agora até já faço parte do conselho fiscal da associação dos antigos alunos e, aquela malta que só dizia bem do seminário e dos alegres momentos que lá viveu “nem burro queres tu água”. Para o próximo ano vou martelar até encontrar a morada desses faltosos e não descanso enquanto não os vir por lá, nem que tenha quer fugir com o ficheiro dos Sr. Maurício (homem que me chegou a vender dois compasso por mês).





Podem já começar a prepara-se porque vai haver um magusto no dia 10 de Novembro e como o principal mentor é o “lipi” vai ser no “Curral do Negro”. O dinheiro do magusto, assim como o que se consegue nestes encontros é para ser utilizado em África onde os missionários de S. João Baptista, vulgo seminário de Gouveia, têm uma missão.





PS – Foi engraçado poder beber vinho tinto naquelas mesas onde nem álcool para as feridas podia entrar, assim como ver uma máquina de lavar loiça onde eu lavei centenas de pratos, copos e talheres à mão.

23 junho 2007

Os acusa Cristos...



Cada vez que bebo um gin tónico acordo ás 6 da matina do dia seguinte (se a sua ingestão for antes da meia-noite, caso contrario passa para as 5h30 do mesmo dia), como tinha emborcado dois no lampião (são os melhores do mundo ainda que o Tó se estique no preço – batem os afamados da ilha) acordei muito antes da aurora e fiquei com aquela vontade reprimida de me esgueirar para a casa de banho em troca do calor do ninho quente (nem parece Verão). Mantive a vontade reprimida e vim até ao computador meditar acerca das cartas que as finanças têm enviado aos recém-casados.


Como sabem, nos dias que correm, o estado, uma vez que tem falta de funcionários, manda trabalhar o cidadão comum em prol de um bem supremo – não deixar que gamem os cofres das finanças, para isso estão lá eles e não aceitam concorrência.

Acho muito bem que o fisco controle os restaurantes, os fotógrafos, os músicos, os engenheiros (mesmo os que não o foram e agora o são sem o serem), advogados, pastores, etc. Só não concordo com o sacudir a água do capote passando a bola para o lado do cidadão e convertendo-o num bufo ao nível do homem do Vimieiro (nem a ele ocorreu tão brilhante ideia).

Eu peço quase sempre factura (por vezes até demais), dos poucos locais onde tive alguma dificuldade em obter um recibo do pagamento de uns impressos até foi na tesouraria das finanças do meu burgo – agora se calhar já não é difícil obter o tal papelito.


Relativamente á carta que as finanças hoje em dia envia aos desgraçados (sim, sim não é erro) que mal chegam de lua-de-mel têm que ir levantar aos correios (vem registada e tudo), segundo informações indesmentíveis de três dos sete cientistas meus amigos, já levou a princípios de divórcios (é como as pneumonias há quem as tenha e quem tenha só princípios) porque a mulher (sempre elas) acha logo que o marido fez porcaria e o fisco já o está a chamar para levar com a palmatória, mas o que reza a carta (por palavras apropriadas a um fiscal que se preza e não estas) é só o seguinte:


“Sabemos que desgraçadamente cometeu o infortúnio de se casar, mas se nos quiser ajudar podemos lixar dois ou até três dos que participaram de forma activa na farra que V. Ex.ª pagou para saltar de cabeça do mundo dos livres e solteiros para o escuro planeta dos fatidicamente casados, assim e, para que não seja o único a sofrer com esse acto inconsciente diga-nos:


O prior passou recibo? De que valor para que a mão tributária lhe retire os laivos de materialista;


Qual foi o restaurante?

Quanto lhe esfolou para que os que o acompanharam à forca se pudessem alambazar á grande e á francesa, o recibo saltou da registadora?

A comida era demasiado doce ou salgada? – Diabetes e Tensão arterial pesam muito no orçamento de estado (este paragrafo é da responsabilidade do sabichão de Torredeita), portanto temos que actuar na comezaina da mesma forma que o fazemos com o tabaco.


Quem foi o fotografo?

Tirou fotos chatas (é só pelos anti-depressivos)?

Passou recibo pelos daguerreótipos?


E a banda que tocou alegremente para todos bailarem (quando lhe passar a dor de cabeça do álcool e os olhos perderem o baço pode ver no vídeo caseiro a figurinha que fez a dançar, aposto que os acusa imediatamente) enquanto o viam cair em desgraça passou recibo?

Houve lugar ao pagamento de direitos de autor?


PS- as despesas de divórcio não podem ser abatidas aos lucros do casamento.

PSS – se alguém contou anedotas sobre algum membro do governo (sobre engenharias ou Otas) é obrigado a denunciá-lo nas costas do impresso.


A carta é de fácil preenchimento e a sua devolução é facilitada. Para os que responderem prontamente temos um presunto de Lamego - apreendido a semana passada na feira de Castendo por não ter plástico e só apresentar quarenta e cinco carimbos de qualidade dos noventa e dois exigidos por lei. Para as cinco cartas que levem a sacar mais guito vamos ofertar uma vitela e dois suínos que neste momento são cevados nas caves secretas do ministério das finanças."


Colabore para o bem de algo maior que qualquer um de nos...

05 junho 2007

Amigos do rio - 20 anos

No pretérito Sábado voltou-se a realizar o grande encontro dos amigos do rio e, eu como tinha prometido pedi desculpa ao fígado e à riqueza dos meus cristais do dedo grande. Passei por Lamego com a rapaziada dos Juniores onde, graças a um homem cheio de medo dos calhaus, perdemos 3-2 após estarmos a ganhar 2-0 , mas isso são contas de outro rosário. Apanhei o amigo Lima na Régua e zarpámos na direcção da aldeia de Capeludos. Seguimos pela estrada de terra e num instante já estávamos á beira do rio Tâmega a montar a nossa casa para um curto sono matinal do dia seguinte.

Após a montagem da barraca (que é daquelas muito rápidas) já com as gargantas secas pelo pó da estrada e por ter chamado de nomes ao gatuno do árbitro, começámos a pedir desculpa ao fígado e fomos testando todo o tipo de carburantes que a mão humana criou para nos saciar a sede. Ao fundo a vitela ia assando sob o lume e o feijão atestado de picante ia cozendo nos grandes tachos. Este ano os “amigos do rio” faziam vinte anos e como tal fomos brindados com uma jaqueta (daquelas dos fotógrafos), um pólo, um panamá e uma apresentação em power point com datashow de fotos de anos anteriores – um luxo.

Chegada a hora lá nos dirigimos ordeiramente para que seja servido o repasto, feijão bastante picante com vitela assada, tudo isso empurrado com espumante bruto (cada um trás o seu), tinto ou branco (cheio), a cerveja (fino branco ou preto oferta da organização) e para os que faltam aos treinos a água das pedras e o liquido sujo do capitalismo (oferta da organização).
Após a janta começou o torneio da sueca (vale tudo até arrenuncias desde que o adversário não descubra) e as cantorias da grande banda do improviso. Como o público da batota estava a desconcentrar o agrupamento, á socapa escaparam para junto da fogueira onde a serenata às rãs se prolongou até de madrugada. O sol já espreitava mas ainda houve tempo para restaurar os ossos num sono á pressa na tenda já quentinha.

De resto foi igual ao ano passado “…Não compreendo o porquê de se levar tendas para dormir duas horas, porque de repente já estávamos a desmontar as tendas e a limpar o lixo.Ao almoço deleitámo-nos com um bacalhau assado regado com muito azeite e alho.
Fígado desculpa lá mas para o ano lá estou outra vez… nem que chova.”

Fica um pequeno vídeo tremido de 10 minutos para quem tiver paciência.