23 dezembro 2008

Deixa que o café te guie

Por onde andavas? Deixei-te nas pedras num gesto frio mas tive esperança que não ias ficar gelada. Com quem sonhavas quando eu sonhava que sonhavas contigo?

Meu Deus, que me veja um dia para lhe dizer quem é… quem foi… o que será sempre para mim.
Cada dia sem o calor dos teus lábios é triste e sem sentido.
Agora que já me viste e sentiste (obrigado meu Deus!) ainda me deixas ficar sozinho – é bem feito minha pedra de abandono, é bom que sintas que os sentimentos são diferentes. Aguenta e não chora.
Outro, no meu lugar, teria direito a esse templo que agora adia, sempre que pode, a hora das preces, mas que querias tu se não estiveste presente quando as paredes ainda não tinham fendas do tempo? Naquele tempo em que com chuva ou sol havia sempre vontade para uma oração… a juventude é assim, não a percas sem mim… foi-se… vim tão tarde.

Podes correr contra o vento com a esperança no fundo da cama mas vais ficar sempre sozinho com insónias no muro da noite. Deixa lá que de vez em quando também há-de haver saudades… ou talvez não.
Sei que vou sempre sonhar que sonhas agora comigo, mesmo que seja só um sonho doce, não me acordes por favor.

10 setembro 2008

Coleccionadores de vidas!

A multinacional que tem vindo a alimentar a minha conta bancária enquanto sente sangue quente nas minhas veias, começou mais um processo de reestruturação. Nos últimos sete anos tem sido sempre assim, e quando entramos no novo ano, anunciam-nos pomposamente, que o machado já está arrumado, que a devastação na floresta das vidas, que tornaram esta empresa no que ela é, já está terminada. Por vezes, o carrasco de outrora é ceifado com a mesma ceitoira com que decepou os condenados, sem olhar para a pessoa que converteu num número a abater.
Com umas pazadas de euros compram as nossas vidas para as suas colecções. Dos mais próximos que foram atirando ao chão só o Coiote saiu com o valor de uma vida dedicada a uma empresa. O grande Tartaruga, trabalhador, defensor desde sempre da grandeza da empresa e dos que superiormente a comandam, levou uma rasteira, mas tal e qual como o animal com carapaça rija não foi ao tapete e já anda de novo a trabalhar para outro pé-de-meia (calça 42). O que ainda não consegui assimilar foi o Melenas, que sempre trabalhou e fez trabalhar num ápice e mesmo com resultados dignos de quem sabe fazer e como fazer, foi chamado à sopa dos pobres para apanhar umas migalhas de todo o pão que ajudou a fermentar. Não é justo que esperem que cheguemos à idade e sermos demasiado velhos para trabalhar e muito novos para nos darem uma tensa. Amigo Fusões tens que fazer como o Tartaruga e continuar em frente que os próximos bichos a sair são virtuais – talvez um Pickachu, um Estrunfinho ou um KGB.

Estatisticamente, os amigos do Sr. Eng.º Zé (ou será engenhoso), vão continuar radiantes e com as taxas de desemprego a cair, porque nenhum dos agora empurrados para a rua pode recorrer ao subsídio de desemprego.

PS – Ser bom ou mau profissional não é importante, basta ver o IMS e conhecer o comandante do Porto que também levou chumbada.
PSS – E não me venham com tanga que é o mercado que obriga a reduzir, que eu vejo a concorrência, e se não produzimos mais deve-se muito à gestão demasiado avançada (uma espécie de new wave) ou às ferramentas enferrujadas e fora do contexto do mercado, mas quem paga sempre é a base da pirâmide.

21 junho 2008

Amigos do Rio 2008

Como tem acontecido ao longo dos últimos anos, após uma determinada volta da lua há um evento à beira do rio ao qual eu nunca falho (espero)– OS AMIGOS DO RIO.

O ritual é o de sempre, e os dois filmes feitos pelo meu telemóvel ranhoso servem para o comprovar. Deliciem-se e fiquem com uma pitadita da inveja (penso que já não é um pecado porque o Vaticano criou uns novos e deve ter retirado uns velhos) porque aquilo é mesmo um dia bem passado.
Parte 1

Parte 2