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A solução que eu proponho à Comissão Nacional de Eleições é simples (simplex), barata (estamos em crise) e objectiva : o sorteio em cada mesa de voto de um presunto Pata Negra (até pode ser comprado no Silva de Santa Comba Dão) pelos leitores que forem deitar. O feliz contemplado teria direito a receber o dito das mãos do homem que limpasse as eleições naquela mesa de voto.
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Com esta acção, segundo os dados estatísticos das sondagens que tenho feito (tão válidas como as das empresas de estatísticas que estudam as eleições), o absentismo desceria nas grandes cidades cerca de 70%, onde o presunto podia ser substituído por uma camisola do Benfica autografada ou um álbum da Ana Malhoa semi-vestida.
Nas “piquenas” localidades poder-se-ia rodar entre o dito Pata-Negra, o cabrito, o leitão ou uma pipa de vinho do “bou”. Ter-se-ia uma afluência às urnas de voto de cerca de 102%, alguns mortos, tal e qual Lázaros, apareceriam só porque lá em cima não há nada disto e para votar com um incentivo deste calibre, não pelos político que já ninguém consegue trinchar, qualquer ser se deslocaria mais uma vez a uma mesa e faria a dita cruz. É que assim, a seco, é uma cruz tirar o cu da cama e cumprir o favor cívico.
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