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Lavámos as mãos (eu achava que dava sabor mas o Oliveira é um doente da higiene) e como o tacho era para 15 comilões (beberrões) tive que descascar 10 cebolas e uns 20 dentes de alho. Depois de tudo picadinho e lavado mistura-se com o feijão (Catarino - grande e amanteigado) que está de molho há mais de 15 horas. Com a carne, diz-me o velho Oliveira - "O segredo está em deixa-la cortada e metida em sal durante três dias devendo depois ser bem demolhada no dia anterior, e
não te esqueças que tem que ter um pedaço de rabo e orelha para dar sabor".
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Depois de tudo misturado é acrescentado o presunto em cubos e a chouriça cortada (em grandes pedaços), mais uma mistura, meio litro de azeite e toca a atestar com água até tapar os feijões.
O forno deve estar branco de tanto calor, então o assador entra lá e só de pode abrir a porta ao fim de uma hora para ver se precisa de mais água (sempre fria).
Três horas depois e após alguns petanços entre os meus dois velhos - tal e qual os Marretas sempre a resmungar um com o outro - "não aqueceste bem o forno", "tem água a mais", "é ultima vez que aqui venho" etc. - está tudo pronto para se deliciar.
Desta vez chovia como Deus a dava mas nem assim conseguimos rapar a travessa, quanto ao vinho, não se pode dizer o mesmo, talvez devido a um fenómeno metrológico chamado evaporação, os garrafões foram desaparecendo uns atrás dos outros (ainda por cima fui eu quem levou o vinho).
Muito Obrigado Oliveira pela aula (por esta e por muitas mais)!
Muito Obrigado Rochinha pela barraca que nos acoita!